Will Parisi
O mundo moderno passa por constantes transformações, e uma delas é a mudança nas tradições populares, como no caso das festas juninas. Devido a um crescente processo de massificação cultural, estimulado em grande parte pelos meios de comunicação, que acabam por homogeneizar o gosto popular e insere novos valores aos jovens.
Costumeiramente comemoradas no mês de junho, as festas juninas celebram os dias de Santo Antônio, São João e São Pedro. Já existem, bem antes do cristianismo, mas nessa época, eram consideradas como pagãs, com o crescimento da Igreja Católica, na Europa e o fracasso em acabar com essas festas por serem de grande apelo popular acabaram sendo incorporadas em meados do século IV. Nas comunidades onde são celebradas, a participação dos jovens da comunidade ainda é muito presente.
Renovação cultural
A indústria cultural e a massificação das sociedades fizeram com que todos de uma maneira em geral tivessem uma padronização. As culturas regionais muitas vezes são perdidas ou até mesmo esquecidas. “Hoje, em qualquer lugar do Brasil, todo mundo sabe o que é uma micareta, em contrapartida existem lugares que não se sabem o que é uma festa junina”, afirma Denis Porto Reno, jornalista e docente do Centro Universitário Barão de Mauá.
A preservação dessas tradições tem importância social, cultural e religiosa entre alguns grupos da sociedade, contudo não se podem negar as alterações que elas sofreram. Em meio aos itens tradicionais como fogos de artifício, fogueira, quadrilha, bandeirinhas, estão Dj’s tocando Psy e Axé nos intervalos das musicas caipiras.
Esses fatores alteram alguns detalhes das festas, mas a cultura continua a mesma, pois seu caráter principal é o religioso. Além disso, essa fusão fornece dinamismo a cultura popular e a possibilidade de se adaptar a movimentação social, natural das sociedades. Como afirma Denis, “você não gosta das mesmas coisas que sua bisavó gostava, ou as tradições dela se enquadram a você, ou você simplesmente as esquece”.
Mantendo a tradição
Na maioria das comunidades as festas não alteraram seus antigos costumes, como acontece no Santuário Nossa Senhora do Rosário, em Ribeirão Preto, onde elas continuam sendo realizadas na época de junho, para homenagear os Santos e alegrar o povo. Os membros da comunidade se reúnem e formam uma comissão para organizar o evento todo ano. Para o Padre Valdomiro Moraes, que está na comunidade há seis anos, as festas continuam as mesmas e não perderam sua religiosidade. “Acho que os valores continuam os mesmos, mas a modernidade acaba por modifica as coisas” afirma Pe. Valdomiro.
Já Larissa Dinamarco, estudante de publicidade e propaganda, e freqüentadora da Paróquia São Paulo Apostolo, acredita que essas inserções de gêneros da atualidade, não alteram o sentido, mas concorda que isso pode atrair mais gente para as comemorações.
Ps: Quando me passaram essa pauta, ela foi reijeitada pelo jornal laboratório da faculdade, por não ser de interesse do público universitário. Não concordo com isso, então a escrevi, contrariando os orientadores. Ai está ela, tire suas próprias conclusões.